Memoization com Closures

Se analisarmos a primeira definição do procedimento fib, percebemos que seu principal problema é a computação de resultados que já foram vistos e calculados anteriormente. Uma forma de contornar esse problema seria fazer com que o processo se lembre desses resultados parciais em um tipo de memória, evitando assim uma computação que pode vir a ser custosa. Essa técnica de programação dinâmica se chama memoization.

(define (fib n)
  (display "Computing Fib of ") (display n) (newline)
  (cond ((= n 0) 0)
        ((= n 1) 1)
        (else (+ (memo-fib (- n 1))
                 (memo-fib (- n 2))))))

(define cache (make-table))

(define (memo-fib n)
  (let ((hit? (lookup cache n)))
    ;; hit or miss
    (or hit?
        (let ((result (fib n)))
          (insert! cache n result)
          result))))

;; (clear-table! cache)

Scheme adota a convenção de sinalizar procedimentos que geram efeitos colaterais com o sufixo !.

(define (make-table)
  (cons '*table* '()))

(define (lookup table key)
  (let ((record (assoc key (cdr table))))
    (cond (record => cdr)
          (else #f))))

(define (insert! table key value)
  (cond ((assoc key (cdr table)) => (lambda (record) (set-cdr! record value)))
        (else (set-cdr! table
                        (cons (cons key value) (cdr table)))))
  'ok)

(define (clear-table! table)
  (set-cdr! table '())
  'ok)

; (define (assoc k a-list)
;   (cond ((null? a-list) #f)
;         ((equal? k (caar a-list)) (car a-list))
;         (else (assoc k (cdr a-list)))))

Tomando a tabela apresentada como exemplo, tente implementar uma pilha (LIFO) com estado mutável. Depois, explique como fazer o mesmo através de programação puramente funcional.

A estrutura de dados implementada é um exemplo de sistema cujos resultados dependem não somente das entradas dadas, mas também do seu estado interno.

Perceba que a única coisa atrelada à sequência de Fibonacci no corpo de memo-fib é a chamada da função fib. Podemos generalizar essa ideia em uma função de alta ordem que retorna um closure contendo sua própria "memória".

(define (memoize proc)
  (let ((cache (make-table)))
    (define (delegate . args)
      (let ((hit (lookup cache args)))
        (or hit
            (let ((result (apply proc args)))
              (insert! cache args result)
              result))))
    delegate))
(define memo-fib (memoize
  (lambda (n)
    (display "Computing Fib of ") (display n) (newline)
    (cond ((= n 0) 0)
          ((= n 1) 1)
          (else (+ (memo-fib (- n 1))
                   (memo-fib (- n 2))))))))

(define memo-sqrt (memoize sqrt))

;; <etc>

Apesar de termos melhorado a performance do procedimento antes exponencial para linear, o fizemos em troca de memória da máquina. Além disso, o sistema de busca de resultados armazenados não é muito eficiente: se na avaliação de (+ (memo-fib (- n 1)) (memo-fib (- n 2))) as entradas na cache estiverem em ordem crescente, seria necessário varrer a lista do início até encontrar a chave (- n 1) e depois recomeçar o processo indo do ínicio da tabela até a entrada (- n 2).

Por causa de situações como estas, implementações sérias de Scheme provêm formas de utilizar estruturas de dados mais eficientes projetadas em outras linguagens. Em Guile, por exemplo, poderíamos utilizar uma hashtable para chegar o mais próximo possível de calcular um dado número de Fibonacci em tempo constante (supondo que já tenha sido pré-computado).

;; GUILE
(define make-table make-hash-table)
(define lookup hash-ref)
(define insert! hash-set!)